sexta-feira, 6 de abril de 2007

Costa dos Coqueiros em defesa do meio ambiente

Pensar no presente visando o futuro, prever ações, conscientizar as pessoas a fim de evitar danos ao meio ambiente e a comunidade local, são algumas das preocupações de vários locais do mundo que convivem com o crescimento desordenado no meio ambiente. Localizada em uma área de proteção e reserva ambiental com uma diversidade natural e cultural, com 39 praias, 11 cachoeiras, 12 sítios arqueológicos, 32 rios e lagos, a região da Costa dos Coqueiros tem sido um local muito visado para o turismo e o mercado imobiliário estrangeiro, que buscando primeiramente obter lucro, exploram o local de forma irresponsável, com uma conseqüente mudança na fauna e na flora da região.

Para combater esses problemas ou para evitar que estes apareçam, muitas iniciativas por parte da população local, têm sido levantadas, tais como criações de Ongs e associações a fim de lutar pela preservação ambiental e o conseqüente futuro do bem estar da população. Assim, foi criada desde 2003, a Ong Global Garbage, considerada uma das mais importantes no Brasil, na qual desempenha junto a comunidade e visitantes locais um trabalho de preservação ambiental através da ação Praia Local, Lixo Global, iniciado em 2001 e financiada pela fundação alemã Lightouse Foundation. Essa ação também integra mais 3 programas, id Garbade, Onda Verde e Amigos do lixo que tem por finalidade divulgar, pesquisar e combater o lixo global. Essa atividade conta com a participação de estudantes e turistas, que monitoram e coletam o lixo marinho global que invade a Costa dos Coqueiros para assim possibilitar a identificação dos navios poluidores.

A comunidade local, também está empenhada em defender o meio ambiente da Costa dos Coqueiros. A população tem se mobilizado constantemente nas soluções e ações voltadas a conservação e preservação do meio ambiente. Assim, em alguns locais da Costa dos Coqueiros foram criadas associações de moradores para fortalecer ainda mais o trabalho de conscientização ambiental, e acompanhar o crescimento do turismo na região. Assim, foi fundada em julho de 2006, pelos moradores locais, a Associação Capitães de Areia, na qual tem por finalidade promover, adequar das atividades humanas para garantir a preservação e conservação do meio ambiente e da cultura tradicional das comunidades nos ambientes costeiros da Bahia. A iniciativa ainda busca desenvolver projetos e ações de educação ambiental e proporcionar ações que atuem sobre a problemática do lixo no litoral baiano.

Em outras regiões da Costa dos Coqueiros foram também formadas associações de moradores, unidas para preservar e conservar o meio ambiente, lutando pelo crescimento sadio e ordenado do turismo. Em Massarandupió, região com 8 Km de faixa litorânea com lugares quase intocáveis, cobiçados por grupos de empresários, despertou a comunidade local para criar a AMAM, Associação de Moradores e Amigos de Massarandupió a fim de propagar a consciência sobre a preservação ambiental na comunidade local.

De acordo com a Associação uma de suas lutas é criar na região um Parque Nacional das Dunas e Restinga de Massarandupió, a fim de preservar o desenvolvimento sustentável na região, e assim garantir a sobrevivência da comunidade que tiram dos mares e da terra a sua fonte de sustento. A comunidade defende que os empreendimentos que venham a se instalar na região tragam benefícios a comunidade e estejam de acordo com a preservação do meio ambiente. A região já faz parte do Programa de Proteção Federal no litoral Norte baiano, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, a fim de evitar algumas interferências empresarias que prejudiquem a comunidade e o meio ambiente de Massarandupió.

A região já é conhecida por ser pioneira na defesa do meio ambiente através do Projeto Tamar, criado em 1980 que cuida das tartarugas marinhas, o Projeto Baleia Jubarte, fundado em 1996 e a Reserva Ecológica da Sapiranga ambos localizados na Praia do Forte. Conhecido mundialmente, esses projetos são exemplos de ações bem sucedidas e que ajudam na educação ambiental de turistas e na conscientização da comunidade. Esse tipo de iniciativa contribui para despertar a consciência ecológica, de que é preciso zelar pela fauna e flora, para que não venha a ser extinta. A estudante de engenharia, Analia Muniz, é apaixonada pelo projeto Tamar, e sempre quando tem a oportunidade leva parentes de outros estados para visitar o local. “O projeto proporciona o contato com a natureza, criando a consciência da preservação, através do seu trabalho de instrução, e ainda desperta o carinho pelos animais”. Ressalta a estudante.

A região desfruta de mais um recente projeto que contribui para a formação da consciência ecológica, principalmente de turistas, é o Parque Sauípe, principal projeto de conservação ambiental. De acordo com a assessoria da Costa de Sauípe, uma equipe visitará as comunidades vizinhas de Sauípe para informar e divulgar ações para preservação do meio ambiente.

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